Elas são responsáveis pela manutenção funcional do organismo por meio da substituição das células que vão morrendo ou perdendo a função. É justamente por causa dessa capacidade de regeneração e reparação que as células-tronco podem ser utilizadas no tratamento de diversas doenças.
As células-tronco, usadas em medicina regenerativa, podem ser obtidas a partir de embriões, de células-tronco embrionárias ou obtidas após o nascimento, já como células-tronco adultas.
São as células chamadas de pluripotentes, pois têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (de 4 a 5 dias após a fecundação).
São encontradas principalmente na medula óssea e no sangue de cordão umbilical e placentário. Têm capacidade para se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica como outra diferenciada. São chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as células-tronco embrionárias.
Ausência de risco para o doador, uma vez que o método de coleta não é invasivo.
Disponibilidade imediata das células para transplante.
Células muito jovens. Quanto mais jovens são as células, maior sua capacidade de proliferação e diferenciação.
Células ainda imaturas, incapazes de reconhecer o novo organismo como “estranho” a elas e, portanto, produzem menor reação quando usadas para transplantes.
As células-tronco do sangue de cordão umbilical e placentário são altamente funcionais, e podem se transformar em células de qualquer órgão do corpo, desde que induzidas.
A nova Resolução da Anvisa (RDC 836/2023) estende o uso das células-tronco do sangue de cordão umbilical e placentário armazenadas em banco privado para uso familiar desde que haja compatibilidade e seja autorizada pelos contratantes. Essa resolução aumenta a possibilidades de utilização das células.
Podem ser utilizadas no tratamento de mais de 80 doenças.
A busca por um doador compatível durou dois anos, sem sucesso. Com o quadro clínico em evolução e com os resultados dos exames de compatibilidade de sua irmã apresentando 100% de compatibilidade, a equipe médica, com autorização da Anvisa, decidiu utilizar as células-tronco da irmã, que já estavam armazenadas. Com isso, em 2009, o filho mais velho da Dra. Simone foi submetido ao transplante de medula óssea. De acordo com a RDC nº 836/2023, de 7 de fevereiro de 2018, as células-tronco do sangue de cordão umbilical e placentário podem ser utilizadas para o próprio doador e para aparentado desde que sejam compatíveis e tenha autorização dos contratantes.
“Pelos nossos filhos, tudo o que estiver ao nosso alcance é válido fazer. O que eu pensei naquele momento, muito mais para mim, e ainda tive a oportunidade de usar as células-tronco que salvou a vida do meu filho.”
Simone Luvisário